terça-feira, 5 de junho de 2018

Na Holanda, terra de bicicletas e canais

NA HOLANDA, SOBRE RODAS

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Os holandeses dispensam o automóvel
Abrigo para chuva
Distancias de 10 ou mais quilómetros são percursos banais para os holandeses se deslocarem para o trabalho ou para qualquer rotina e a bagageira não faz falta.
Se for necessário a criatividade ultrapassa a dificuldade.
Também o transporte de passageiros não é problema.  
As bicicletas são adaptadas conforme as necessidades e é vulgar terem 2 ou 3 assentos e guiadores, mas só um comanda e pedala e pode ser uma mulher ou um homem.
Em horas de ponta, a mistura de vias e de tipos de transporte chega a ser infernal.
Cruzam-se, comboios, automóveis, autocarros  bicicletas, motos e peões no mesmo cruzamento. 
As crianças de tenra idade vão por vezes na bicicleta normal ou com dois selins, com a mãe a segurar o guiador com uma mão e o filho, na parte de trás com a outra mão e isto em grande velocidade.
Parece mesmo assim, não haver muitos acidentes apesar de nem haver protecção como capacetes. 
A descontracção e habilidade são tais que por vezes vão a pedalar e a mandar mensagens pelo telemóvel.

NA HOLANDA DE BARCO

embarque num barco alugado
barco residência com terraço
 Um passeio de barco com motor eléctrico, pelos canais de Amesterdão permite observar tranquilamente, uma cidade com casas barco onde não falta conforto ou mesmo o luxo e a mobilidade permite, se necessário, ficar mais perto do emprego.

em bikini a praticar desporto entre barcos
Três jovens em bikini praticam stand up paddle aproveitando um pedaço de bom tempo.A falta de sol não impede a prática de desportos ao ar livre ou dentro de água.Desfrutando de um nível de vida estupendo também o convívio em grupo se manifesta alegremente, muitas vezes em barcos e em canais fora das povoações.


















quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

O Zé do Boné


 O ZÉ DO BONÉ

Publicado no jornal Primeiro de Janeiro
O personagem Zé do Boné é uma criação do inglês Reggie Smyth. Andy Capp (no original) é um beberrão, vagabundo, cara-de-pau e desempregado, cujas únicas motivações são ficar no bar ou ir para casa atormentar a sua esposa Flo. 
Fez enorme sucesso em Inglaterra e foi publicado em vários países incluindo Portugal.
O Zé o Boné é um inglês suburbano malandro, sempre com o seu boné (daí o nome),que vive cercado de vícios: beber cerveja, fumar, jogar, ver TV, assistir a uma pelada (futebol), lançar piropos às garotas, etc.

O eterno mau humor de Zé do Boné, suas bebedeiras, a ressaca, o prazer pela jogatana: quanto mais politicamente incorrecta, mais engraçada a situação.
Não é difícil entender tanto sucesso: até hoje, as características pessoais do personagem e as situações apresentadas fazem sempre lembrar algum conhecido, ou um acontecimento vivido.
Sua mulher, Flo, tem que aturar o simpático  e imprestável Zé.






 Zé do Boné surgiu em 1957, trouxe um humor ácido e corrosivo para as tirinhas diárias de jornais como o Daily Mirror, em Inglaterra, o Jornal da Tarde, no Brasil e até mesmo o Izvestia, na então União Soviética, o Primeiro de Janeiro em Portugal. 
Segundo Álvaro de Moya, um dos mais respeitados especialistas em quadradinhos“Zé do Boné” fez com que o choque de sexos fosse levado às últimas consequências.






segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

O PADRE BOI

NÃO É VERDADE QUE TENHA COMIDO SOZINHO UM BOI

.João Augusto Antunes nasceu em Coimbra a 15 de Novembro de 1863.
filho legítimo de Luis Antunes, criado de servir, e de Teresa de Jesus. 

Mas não se alimentava do ar
A faceta de que dele mais se recorda é a sua gula insaciável, e não faltava quem jurasse que certa vez comeu um cabrito inteiro.
Assado à boa maneira de alguns restaurantes de Condeixa, constituía um saboroso pitéu.
Ramiro, quando era ainda um rapazote de 12 anos, ao serviço de um restaurante local serviu ao padre, acabado de chegar da Figueira e ainda a esmoer um lauto jantar, dois quilos de dobrada assada na brasa, apenas temperada com azeite e vinagre, que era o que havia.
1863 - 1931
A sua intervenção nas festividades religiosas traduziu-se numa garantia de esplendor destas onde prega ou encomenda a pregadores chamados de fora.
O padre, Dr. João Antunes fixou-se em Condeixa em 1894 onde não tardou a tornar-se notado por por uma grande participação na vida comunitária da vila em muitas e variadas frentes.
À tarefa de titular da Conservatória de Registo Predial alia a de coadjutor de pároco da freguesia.
Amante da preservação do património reconstruíu, a expensas suas, a capela de Santa Teresa (nome da sua mãe) que fora incendiada pelas tropas de Massena que batiam em retirada das linhas de Torres.

Pai de muitos filhos Foi um grande refractário ao cumprimento dos preceitos canónicos que o vinculavam ao celibato eclesiástico. Em vez de atender às prescrições do Concílio de Trento nesse domínio, preferiu seguir o apelo evangélico à multiplicação da espécie.
E isso a tal ponto que lhe chegaram a atribuir nada menos de trinta e cinco filhos provenientes de várias mulheres.


Um orfeão pioneiro, com o 
ensaiador bem visível, ao centro
 
No primeiro quartel do século XX ecoaram no País o nome e o canto do Orfeão de Condeixa e a fama do padre Dr. João Antunes, seu fundador e dirigente. 
Era considerado nas tertúlias de melómanos como precursor da divulgação do canto coral ao nível da populações rurais.  
O orfeão cantava com mestria de um ensaiador exigente, mas não possuía sede própria, 
Os ensaios podiam  ser em casa do seu dirigente, no gabinete da Conservatória do Registo Predial  ou no salão nobre dos Paços do Concelho.
Não era raro estar a decorrer um julgamento na sala do tribunal, com a compostura habitual, e de repente, na sala ao lado , começar a ouvir-se o garganteio das crianças e o que era bem pior, os epítetos de burro ou estúpido pronunciados com voz estereofónica pelo impulsivo maestro.

Relacionamento com o rei D. Carlos
A personalidade extrovertida do padre Dr. João Antunes e a sua militância na área da cultura granjearam-lhe muitas simpatias e amizades sólidas no meio social.  
A gula, que era o pecado e que mais o distinguia, dava tanto nas vistas que lhe abriu as portas do Paço real.
D. Carlos foi um dos maiores garfos do seu tempo mas o padre suplantava o monarca.
Ficou isso demonstrado quando o rei acompanhado do príncipe D. Luis Filipe foi acolhido festivamente em Condeixa e obsequiado com um jantar no palácio de Lemos.
O padre João Antunes era um dos convidados do dono da casa.
Vendo-o comer sem a licença de Deus, o rei indagou quem era o competidor em matéria de apetite.
Esclarecido, sobre a sua personalidade e gostos, o rei ficava cada vez mais motivado em palestrar um pouco com ele, pois também gostava de pintar e a música seduzia-o desde jovem.
Findo o repasto o padre eclipsara-se. Mandado procurar a pedido do rei, o mordomo veio informar o monarca que ele estava na copa a jantar com a criadagem. Outra vez a jantar, disse o rei!